José Neves (Lisboa, 1963), arquitecto, iniciou a actividade profissional como colaborador dos arquitectos Duarte Cabral de Mello e Maria Manuel Godinho de Almeida e participou em diversos trabalhos com o arquitecto Vítor Figueiredo. Abriu atelier próprio em 1991 e recebeu, entre outros, o Prémio Secil de Arquitectura em 2012. É professor de arquitectura em várias universidades de Lisboa desde 1988.
“O cinema que me interessa sublinha em cada segundo uma das evidências mais importantes para um arquitecto: há uma aliança entre as acções e os lugares em que elas se dão.”
José Neves in O Público
O estudo e o trabalho da arquitectura e a paixão e o interesse pelo cinema caminharam juntos e lentamente o segundo começou a inspirar o primeiro. É o que nos dizem o desenho da Casa Rui Jordão, a presença da luz nos Blocos de Habitação do Cartaxo, a grande abertura para o exterior na Escola Francisco de Arruda em Lisboa (cuja requalificação e ampliação lhe valeu o Prémio Secil em 2012).
“Não me caberá a mim dizê-lo, mas com certeza não seria a mesma pessoa, ou o mesmo arquitecto, se não gostasse de cinema como gosto”, concede. “Um dia destes estava numa obra que está em construção, uma casa num sítio chamado Pinheiros Bravos, no Alentejo, voltada para uma paisagem espantosa e muito extensa, e pensei exactamente nisto. Quando tenho uma grande extensão em frente, abro portas, envidraçados e construo espaços cobertos entre o espaço interior e o exterior, para estabelecer uma determinada relação com a violência dessa paisagem. Se nunca tivesse visto A Desaparecida talvez não fizesse assim. Não são decisões premeditadas. São coisas que verifico depois. Acontece uma situação parecida com uma casa que desenhei para os cineastas Joaquim Pinto e Nuno Leonel, perto da Lourinhã, que é um pequeno refúgio debaixo de uma laje coberta de flores, que parece flutuar e que se abre também através de um espaço coberto para um vale.”
José Neves
José Neves
José Neves
José Neves (Lisboa, 1963), arquitecto, iniciou a actividade profissional como colaborador dos arquitectos Duarte Cabral de Mello e Maria Manuel Godinho de Almeida e participou em diversos trabalhos com o arquitecto Vítor Figueiredo. Abriu atelier próprio em 1991 e recebeu, entre outros, o Prémio Secil de Arquitectura em 2012. É professor de arquitectura em várias universidades de Lisboa desde 1988.
“O cinema que me interessa sublinha em cada segundo uma das evidências mais importantes para um arquitecto: há uma aliança entre as acções e os lugares em que elas se dão.”
José Neves in O Público
O estudo e o trabalho da arquitectura e a paixão e o interesse pelo cinema caminharam juntos e lentamente o segundo começou a inspirar o primeiro. É o que nos dizem o desenho da Casa Rui Jordão, a presença da luz nos Blocos de Habitação do Cartaxo, a grande abertura para o exterior na Escola Francisco de Arruda em Lisboa (cuja requalificação e ampliação lhe valeu o Prémio Secil em 2012).
“Não me caberá a mim dizê-lo, mas com certeza não seria a mesma pessoa, ou o mesmo arquitecto, se não gostasse de cinema como gosto”, concede. “Um dia destes estava numa obra que está em construção, uma casa num sítio chamado Pinheiros Bravos, no Alentejo, voltada para uma paisagem espantosa e muito extensa, e pensei exactamente nisto. Quando tenho uma grande extensão em frente, abro portas, envidraçados e construo espaços cobertos entre o espaço interior e o exterior, para estabelecer uma determinada relação com a violência dessa paisagem. Se nunca tivesse visto A Desaparecida talvez não fizesse assim. Não são decisões premeditadas. São coisas que verifico depois. Acontece uma situação parecida com uma casa que desenhei para os cineastas Joaquim Pinto e Nuno Leonel, perto da Lourinhã, que é um pequeno refúgio debaixo de uma laje coberta de flores, que parece flutuar e que se abre também através de um espaço coberto para um vale.”
in O Público